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“Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias.” O discurso de Greta Thunberg, dirigido aos líderes mundiais durante a Cúpula da Ação Climática, exemplifica a forte luta pela responsabilidade social das empresas que as gerações Y e Z trouxeram à baila recentemente.
Em meados de setembro de 2019, por exemplo, milhares de funcionários de empresas de tecnologia foram às ruas do Vale do Silício para dar apoio à greve climática global, exigindo ações mais progressistas de empresas como Google e Amazon para lidar com as mudanças climáticas.
Pressão dos colaboradores
Como resultado, os dois conglomerados de tecnologia refizeram rapidamente seus planos para combater as mudanças climáticas antes que a paralisação planejada, de fato, acontecesse.
No dia anterior à greve climática global, a Amazon concordou em adicionar 100 mil vans elétricas à sua frota de entrega e se comprometeu a cumprir as metas do Acordo Climático de Paris.
O Google, por sua vez, fez a maior compra corporativa de energia renovável da história. “Acreditamos que o setor privado, em parceria com os líderes políticos, deve tomar medidas ousadas e que podemos fazê-lo de maneira a gerar crescimento e oportunidades. E temos a responsabilidade de fazer isso pelos nossos usuários e pelo meio ambiente”, disse em nota o vice-presidente sênior de infraestrutura técnica do Google, Urs Hölzle.
Guerra de talentos
Embora salário, benefícios e outros fatores tradicionais ainda estejam no topo da lista de importância para a maioria dos colaboradores, os estudos mostram que muitas pessoas, em particular as gerações Y e Z, querem trabalhar em companhias que tenham impacto positivo na sociedade.
Os exemplos das rápidas respostas da Amazon e do Google mostram o poder da pressão social dos colaboradores. Pensando que hoje os Millennials e a geração Z representam a maior parte da força de trabalho e se preocupam mais com o impacto dos seres humanos no meio ambiente, as empresas devem levar essa pressão a sério para atrair e reter os melhores talentos.
Práticas sustentáveis de negócios
Mas aumentar a retenção não é a única motivação para políticas ambientalmente responsáveis das organizações. Além das implicações éticas, há considerações de negócios associadas a práticas mais sustentáveis.
Um recente estudo global da Nielsen descobriu que consumidores da geração Z também estão dispostos a pagar mais por ofertas sustentáveis – quase três em cada quatro entrevistados responderam que estão dispostos a arcar com custos maiores por produtos e serviços provenientes de empresas comprometidas com um impacto social e ambiental positivo.
“As marcas que estabelecem uma reputação de responsabilidade ambiental entre os consumidores mais jovens têm a oportunidade de aumentar não apenas a participação no mercado, mas também a fidelidade entre os Millennials “, diz Grace Farraj, vice-presidente sênior de desenvolvimento público e sustentabilidade da Nielsen.
Países emergentes
De acordo com uma pesquisa da Bain & Company, empresa global de consultoria de negócios, a preocupação com a sustentabilidade empresarial é ainda mais acentuada em países emergentes. Nessas nações, são as empresas que assumem o protagonismo da questão: 43% dos respondentes de países em desenvolvimento disseram que os funcionários têm uma influência considerável sobre compromissos de sustentabilidade da empresa, contra 25% em mercados desenvolvidos.
No entanto, muitas organizações ainda não sabem como lidar com o tema no Brasil. Segundo a Pesquisa de Sustentabilidade realizada pelo Sebrae, 18,3% dos empresários acreditam que a falta de informações sobre sustentabilidade é a principal barreira para adotar ações sustentáveis na empresa. Em seguida, estão a dificuldade em encontrar parceiros para cooperação (16,6%) e o preço a pagar para adotar ações (11,2%).
No próximo artigo sobre o tema, vamos ajudá-los com dicas de ações sustentáveis simples que podem ser aplicadas na sua organização.
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